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Música do Século XIX

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A palavra Romantismo foi para descrever as mudanças no estilo musical ocorridas logo depois da virada do século. As melodias tornam-se mais líricas, semelhantes a canções, com modulações mais rápidas e ousadas. As harmonias se tornam mais ricas e profundas no plano emocional, com maior emprego de dissonâncias, introduzindo notas cromáticas estranhas às tonalidades. A orquestra cresceu enormemente, não só em tamanho, como também em abrangência. A seção dos metais ganhou maior importância com a invenção do sistema de válvulas. Durante o período romântico, houve um rico florescimento da canção, especialmente do Lied alemão, para voz solo e piano. Há dois principais tipos de Lied: o estrófico, a mesma música é repetida basicamente em cada verso do poema (hino) e o durchkomponiert (inteiramente composta), há uma música diferente para cada verso.
Ocasionalmente fazia o arranjo musical de uma série de poemas ligados por uma idéia comum, às vezes chegando a esboçar alguma história. Uma seqüência de cançãoes ligadas dessa forma é chamada de "ciclo". No século XIX, o piano passou por diversos melhoramentos, veio contribuir para que a sonoridade do instrumento ficasse mais rica e cheia, aumentando suas possibilidades em termos de registro, volume e tonalidade.
Música Programática
A música que "conta uma história" é descritiva, evocando imagens na mente do ouvinte. Há três tipos principais de música programática orquestral: a sinfonia descritiva, a abertura de concerto e o poema sinfônico. Em sua Sinfonia Fantástica, Berlioz consegue dar sentido de unidade aos cinco movimentos, variando a cada vez, de acordo com as circunstâncias. Eis o início da idée fixe, tal como aparece pela primeira vez no movimento de abertura.
"Abertura" é o nome de longa data empregada para designar a peça orquestral tocada no início de uma ópera. A abertura de concerto do século XIX nada tinha a ver com a ópera; era uma obra para orquestra. O poema sinfônico foi criado por Liszt, é uma obra para orquetra em um só movimento e também de sentido descritivo, mas geralmente mais longa e de construção mais livre. Para trazer unidade à música, ele usou o que chamava de transformação temática; essa expressão pomposa significa apenas que um tema básico é recorrente por toda a peça, mas em contínua transformação, de caráter e de espírito, de modo a corresponder a cada situação.
Liszt compôs treze poemas sinfônicos.
MÚSICA INCIDENTAL - refere-se à música especialmente composta para ser ouvida em certos
momentos de representação de alguma peça, para criar determinada atmosfera no começo de um ato ou de uma cena, para entreter a platéia durante a troca de cenários e até mesmo para fazer fundo sonoro no decorrer do espetáculo. Tornou-se comum o compositor reunir diversas peças de música incidental de sua autoria e delas fazer uma suíte para ser executada como obra de concerto. O concerto passou por diversas mudanças, tanto no caráter como na concepção. A cadência passou a ser escrita pelo próprio compositor e era mais provável que fosse colocada antes da seção de recapitulação.
Wagner representa a força musical mais poderosa que surgiu depois de Beethoven. Em vez do termo "ópera", Wagner preferiu chamar suas obras de dramas musicais. Ele era mestre na orquestração, sua orquestra é geralmente enorme.
O Nacionalismo no Século XIX
Mais ou menos até a metade do século XIX, toda a música fora praticamente dominada pelas influências
germânicas. Foi quando compositores de outros países, particularmente da Rússia, da Boêmia (futura província da Tchecoslováquia) e da Noruega, começaram a sentir necessidade de se libertar dessas influências e descobrir um estilo musical que lhes fosse próprio. Isso deu origem a uma forma de romantismo chamada nacionalismo. Um compositor é considerado "nacionalista" quando visa deliberadamente expressar, em sua música, fortes sentimentos por seu país, ou quando nela imprime um caráter distintivo através do qual sua nacionalidade se torna facilmente identificável. O primeiro compositor russo a trazer o elemento nacionalista para a música foi Glinka. Na Boêmia, Smetana foi atingido pela febre. Grieg teve sua educação na Alemanha, mas de volta a seu país, decidiu-se por uma música baseada em elementos do folclore da Noruega que estão nitidamente expressos em suas "Danças Norueguesas", em suas canções e na obra para piano intitulada "Peças Líricas".
A Música Coral
As mais importantes realizações dos compositores românticos no campo da música coral estão na forma
do oratório e do réquiem (missa fúnebre). Certas missas de réquiem são importantíssimas e algumas parecem mais apropriadas para serem levadas em uma casa de concertos do que em uma igreja.
Provavelmente a melhor obra coral do século XIX é o réquiem de Brahms, composto por ocasião da morte
de sua mãe. Para essa obra, Brahms selecionou passagens significativas da Bíblia. Alguns compositores
trouxeram a tradição romântica até o século XX: Gustav Mahler e Richard Strauss, talvez tenham sido os mais importantes; esses dois compositores quase sempre necessitam de forças gigantescas para a execução de suas obras.

ROY BENNETT - Jorge Zahar Editor

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