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Simonton Rios
Música Clássica
A palavra clássico deriva do latim classicus, que significa um cidadão da mais alta classe. Significando um estilo que atribui suma importância à graça e à simplicidade, à beleza de linhas e formas, ao equilíbrio e à proporção, à ordem e ao controle.
No que diz respeito à música, o termo "clássico" é empregado em dois sentidos diferentes. As pessoas usam genericamente a expressão "música clássica", considerando toda a música dividida em duas grandes categorias: "clássica" e "popular". Para o musicólogo, "Clássico" com "C" maiúsculo tem sentido muito especial e preciso, o termo designa especificamente a música composta entre 1750 e 1810. O estilo da primeira fase do período clássico é chamado de estilo galante - um estilo amável, cortês, que visava principalmente agradar o ouvinte. Como as composições de Carl Philip Emanuel e Johann Christian - os filhos de Bach - e as primeiras obras de Haydn e Mozart, mostra-se refinada, bem elaborada e extremamente elegante.
Posteriormente as composições passaram cada vez mais a enfatizar graça e beleza de linha (melódica) e de forma, proporção e equilíbrio, comedimento e domínio de linguagem. Os compositores clássicos alcançaram o perfeito equilíbrio entre a expressividade e a estrutura formal. A tessitura clássica tende a ser mais leve, mais clara, menos complicada e basicamente homofônica, com as melodias fazendo-se ouvir sobre um acompanhamento de acordes. A orquestra está agora em pleno desenvolvimento. Com o tempo o contínuo caiu em desuso e os compositores passaram a empregar instrumentos de sopro para dar unidade à tessitura. Na primeira parte do período clássico, as orquestras ainda eram pequenas e de formação variável. Logo a orquestra no fim do século XVIII continha: uma ou duas flautas, dois oboés, duas clarinetas, dois fagotes, duas trompas, dois trompetes, dois tímpanos e as cordas.
Música para Piano
Durante o período clássico as obras para instrumentos passaram a ter mais importância do que as composições para canto. Muitas obras foram então escritas especialmente para o piano, muitas incluíam ao lado de outros instrumentos. Provavelmente ele fora inventado por Bartolomeo Cristofori; ele o chamou de gravicembalo col piano e forte, "cravo com suave e forte", mas enquanto no cravo as cordas são tangidas, no instrumento de Cristofori elas são batidas por martelos; isso daria ao piano grande poder de expressão e abriria uma série de possibilidades novas e fascinantes. "Baixo de Alberti" consistia em simples acordes quebrados repetidos pela mão esquerda, mantendo a música em andamento e, ao mesmo tempo, delineando as harmonias em apoio à melodia. Por volta de 1760, C.P.E. Bach aceitou o piano em pé de igualdade com o cravo e o clavicórdio. E mais ou menos à mesma época, Johann Christian Bach fez as primeiras apresentações em público da música de piano.
Sonata
Sonata foi o nome dado pelos compositores clássicos a uma obra em diversos movimentos para um ou dois instrumentos no máximo. A sinfonia era, na realidade, uma sonata para orquestra; desenvolveu-se a partir da abertura italiana que tinha três seções em andamentos contrastantes: rápido : lento : rápido. No século XVIII, foram Haydn e Mozart que aperfeiçoaram e enriqueceram a sinfonia, durante a segunda metade desse século. FORMA SONATA - a designação é um tanto enganadora, não se refere à estrutura de uma obra completa, mas a um tipo especial de forma ou plano musical usado para compor um único movimento de uma obra. As melodias dos compositores clássicos tendiam a ser mais curtas, com ritmos bem marcados e contornos bem definidos. Ritmos e melodias contrastantes seguiam-se uns aos outros. A forma sonata desenvolveu-se a partir de uma forma binária, embora sua configuração seja ternária, pois consiste em três seções principais, chamadas exposição, desenvolvimento e recapitulação.
Concerto
O concerto clássico teria sua origem no concerto solo do período barroco. Seus três movimentos correspondem aos da sinfonia, mas sem o minueto. O primeiro movimento é em uma forma sonata modificada. Seguem-se as partes de desenvolvimento e recapitulação, com orquestra e solista. Ao final da recapitulação, a orquestra emudece para que o solista toque a cadência. Quase sempre, a cadência termina em um trinado.
Ópera
Em termos de música vocal foi pela ópera que mais se sentiram atraídos. Os dois maiores compositores do período foram Gluck e Mozart. Gluck foi um dos muitos compositores que se preocuparam com o fato de a ópera estar se tornando muito estilizada, muito estereotipada. Foi em "Orfeu e Eurídice" que ele pela primeira vez pôs em prática suas idéias. A música teria de estar a serviço do enredo, refletindo o drama e a emoção da poesia. Não deveria haver tanta distinção entre ária e recitativo, e a ação teria de ser mais contínua. Gluck reformou a ópera e Mozart a transformou. Suas três grandes óperas são "As Bodas de Fígaro", "Don Giovanni" e "A Flauta Mágica". Mozart transformou a cena final de um ato em uma estrutura elaborada, em que todos os personagens cantam em conjunto. A orquestra na ópera de Mozart representa importante papel no desdobramento do enredo.
Ludwig Van Beethoven
Beethoven atravessou duas eras, os clássicos e os românticos. Ele não escreveu música para servir ou
agradar patrocinadores ricos; compunha para agradar a si mesmo. Costuma-se dividir a vida e a obra de Beethoven em três fases. A primeira fase inclui as duas primeiras sinfonias, os três primeiros concertos para piano, os sei primeiros quartetos de cordas e mais ou menos as doze primeiras de suas trinta e duas sonatas para piano. Esse período vai até o compositor observar os primeiros sinais da futura surdez, aos trinta anos. As obras da segunda fase estão escritas em estilo mais individual, mais pessoal, incluindo da terceira à oitava sinfonia, o quarto e o quinto concerto para piano, o Concerto para Violino, os três Quartetos Rassumovsky, para cordas, as três sonatas para piano e ainda sua única ópera, "Fidélio". À terceira fase pertencem a Nona Sinfonia e a Missa em ré, os últimos quartetos de cordas e o restante das sonatas. Durante essa última fase Beethoven ficou totalmente surdo. Beethoven aumentou o tamanho da orquestra; o número das trompas passou a ser de quatro, acrescentando mais um flautim, um contrafagote e três trombones; também conta com solo de vozes e coro misto, a seção de percussão foi acrescido de pratos, triângulo e bombo.
ROY BENNETT - Jorge Zahar Editor
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