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Música Barroca

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"Barroco" significa "pérola" ou "jóia de formato irregular". De início era usada para designar o estilo da arquitetura e da arte do século XVII, o termo passou a ser empregado pelos músicos para indicar o período da história da música que vai do aparecimento da ópera e do oratório até a morte de J. S. Bach. Foi durante o século XVII que o sistema de modos acabou por ruir de vez, ficando reduzidos a apenas dois: o Jônico e o eólio. Daí se desenvolveu o sistema tonal maior-menor sobre o qual a harmonia iria basear-se nos dois séculos seguintes. Todas essas experiências e modificações prepararam o terreno para os dois gigantes do barroco tardio: Bach e Haendel.
MONODIA - uma única linha vocal, sustentada por uma linha de baixo instrumental, sobre a qual os acordes eram construídos. Um estilo meio cantado, meio recitado, ficou conhecido como recitativo. Uma linha do baixo que devia ser tocada por algum instrumento grave de corda deu o nome de baixo contínuo. Todos os acordes deveriam ser improvisados, o que deixava a música muito na dependência do talento e da musicalidade do instrumentista.
As notas do baixo contínuo forneciam algumas pistas, essa linha do baixo é também chamada baixo cifrado.
As Primeiras Óperas
A primeira ópera a nos chegar na íntegra foi Eurídice, em 1597, composta por Jacopo Peri e Caccini. O Orfeo de Monteverdi é de fato a primeira grande ópera. O mais popular dos compositores italianos de ópera era Alessandro Scarlatti. A abertura dividida em três partes: rápida-lenta-rápida, tornou-se conhecida como abertura italiana. A abertura francesa tinha um início lento e majestoso, de ritmo incisivo e pontuado, levando a uma seção mais rápida, com o emprego da imitação. A única ópera inglesa do século XVII é Dido e Enéias, de Henry Purcell.
A nova monodia foi considerada extremamente revolucionária e rotulada como stile moderno.
Boa parcela das obras dessa época ainda era escrita ao estilo contrapontístico, agora designado como stile antico. Os compositores do século XVII continuaram a usar o recitativo como forma de apressar o relato da história, embora dando maior importância às árias (canções) que mostrassem o pensamento e as emoções dos personagens. Havia duas espécies de recitativos: o secco, quando a fala era sustentada apenas por acordes simples no contínuo; e o stromentato ou accompagnato, usado quando o compositor sentia que a natureza dramática das palavras exigia o reforço de um acompanhamento orquestral simples. Enquanto o recitativo tirava seus ritmos do discurso, as árias e coros freqüentemente usavam os da dança.

Oratório
Nascido mais ou menos á mesma época que a ópera, o oratório é outra importante forma de música vocal. O nome vem do Oratório de São Felipe de Néri, em Roma. De início, os oratórios eram muito semelhantes às óperas. Compunham-se de recitativos, árias e coros, e apresentavam cenários e fantasias. A principal diferença é que os oratórios se baseavam em histórias sacras.
Com o decorrer dos anos, os oratórios deixavam de ser representados, passando a apenas apresentações musicais. Os primeiros compositores de oratórios no século XVII foram o italiano Carissimi e o alemão Schütz. Os maiores oratórios do período barroco são os de Haendel, compostos no século XVIII. Haendel usa o recitativo para expor o encaminhamento da história, reservando as árias para os momentos de introspecção. Bacha compôs o Oratório da Natal, e também três versões da Paixão, Bach incluiu Corais; também compôs mais de 200 cantatas sacras lembrando um oratório em miniatura.
Música Instrumental
Durante o período barroco, a música instrumental passa a ter a mesma importância que a vocal.
Novas formas e concepções vieram somar às da renascença, como a fuga, o prelúdio coral, a suíte, a sonata e o concerto. A fuga é uma peça contrapontística que se fundamenta essencialmente na técnica de imitação. O prelúdio coral era baseado numa melodia coral. A suíte era um grupo de peças para um ou mais instrumentos, existiam quatro danças de diferentes países: uma allemande, uma courante francesa e outra italiana, uma sarabanda espanhola e uma alegre giga. Os compositores franceses, incluiam em suas suítes peças na forma de rondó (ABACA). Purcell chamava as suas de "lições"; Couperin preferia o nome "ordem"; e Bach usou a designação "partita". Sonata é uma peça para ser tocada. A sonata da camera destinada a pequenas salas, e a da chiesa (de igreja). Os principais compositores barrocos de sonata incluem Purcell, Corelli, Couperin, Bach e Haendel.
Domenico Scarlatti compôs cerca de 550 sonatas para cravo, de um só movimento. O concerto ("consonância" e/ou "disputa"), foram escritas por compositores como Giovanni Gabrielli. Concerto Grosso foram escritos por Corelli, Haendel e Bach. Concertino, constituído por dois violinos e um cello contra uma orquestra de cordas conhecida por ripieno (pleno) ou tutti (todos os instrumentos juntos). O concerto solo era um único instrumento lançado contra a massa de uma orquestra de cordas.

ROY BENNETT - Jorge Zahar Editor

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