Simonton Rios
Nelson Cavaquinho
Nelson Antônio da Silva, nasceu no Rio de Janeiro no dia 28 de outubro de 1911 e faleceu também no Rio de Janeiro no dia 18 de fevereiro de 1986. Compositor, cantor, violonista e cavaquinista.
Suas principais composições: "A flor e o espinho", "Duas horas da manhã", "Folhas secas", "Caminhando", "Quando eu me chamar saudade", "Minha festa", "Depois da vida", "Degraus da vida", "Palhaço", "Rugas", "Juízo final", "O bem e o mal", "Vou partir", "Pode sorrir".
Ele era um dos seis filhos da lavadeira Maria Paula da Silva, que teria origem índia e paraguaia, e de Brás Antônio da Silva, um contramestre da Banda da Polícia Militar, que tocava tuba.
Além do pai, o tio era música, violinista, o que instigou o garoto a improvisar um instrumento próprio, utilizando uma tampa de caixa de charuto e barbantes esticados.
Nelson foi obrigado a contribuir para o orçamento familiar, trabalhando como tirador de espolim (resíduos têxteis) numa fábrica de tecidos em Deodoro. Também durou pouco como ajudante de eletricista. Tentou, sem sorte, o futebol, num clube de Várzea chamado Barreira, onde jogou com futuros titulares do América e do Madureira.
Aos 16 anos já assinara a primeira composição, o choro "Queda".
De volta ao centro da cidade, foi trabalhar como bombeiro hidráulico e passou a frequentar uma roda de choro na rua da Conceição, onde conheceu os irmãos Romualdo e Luperce Miranda, um renomado virtuose do bandolim.
Por conta de um casamento precoce com Alice Ferreira Neves, ingressou na Cavalaria da Polícia Militar, levado pelo pai, como única forma de conseguir uma remuneração fixa para o filho rebelde.
Passou a confraternizar nas biroscas com sambistas como Cartola.
As constantes punições da corporação do soldado boêmio.
Ainda trabalhou em cortume e como operário, por empreitada.
Decidido a viver de música, procurou dois profissionais bem relacionados no meio musical, Rubens Campos e Henricão, mas passou a vender parcerias.
O nome Nelson Silva ou N. Silva começou a aparecer nos rótulos dos discos 78 rotações do cantor Cyro Monteiro, seu descobridor, em 1943.
Foi Nara Leão, uma de suas intérpretes, quem desvelou Nelson Cavaquinho para a plateia de classe média ao gravar no disco de estreia, em 1964, no requintado selo Elenco, do produtor Aloysio de Oliveira, "Luz negra".
Em 1973, Nelson gravou seu melhor disco, na antiga Odeon, produzido pelo paulista J. C. Botezelli, o Pelão, responsável pela estreia de Cartola, em 1974.
Seu último disco saiu pouco antes da sua primeira internação na Clínica Monte Sinai, no Jardim América, em dezembro de 1985, que além de beber, fumava compulsivamente.
Ele morreria em fevereiro do ano seguinte, de enfisema pulmonar.
Deixava poucos registros filmados, como o documentário "Nelson Cavaquinho", de Leon Hirszman, de 1970.