Lamartine de Azevedo Babo, nascido no Rio de Janeiro no dia 10 de janeiro de 1904 e falecido no Rio de Janeiro no dia 14 de junho de 1963. Compositor, ator, radialista, cantor e poeta.
Suas principais composições: "A.E.I.O.U.", "O teu cabelo não nega", "Moleque indigesto", "História do Brasil", "Na virada da montanha", "Eu sonhei que tu estavas tão linda", "Linda morena", "Babo...zeira", "Boa bola", "Só dando com uma pedra nela", "Grau dez", "No rancho fundo", "Os rouxinóis", "Serra da boa esperança".
Nasceu na Rua das Violas, no Centro do Rio. Seus ouvidos e sua vocação para as letras foram forjados numa casa que abria os salões aos saraus, promovidos por um pai amante da música e uma mãe carnavalesca e festeira.
Lalá gostava de acompanhar o pai às salas de espera dos cinemas, onde se tocava música ao vivo, e aos seis anos, já imitava todos os instrumentos com a boca, além de seguir as bandas do exército pelas ruas, com suas marchas que, na idade adulta, virariam marchinhas, na sua cabeça inventiva, enquanto os sons emitidos pela boca se converteriam numa orquestra, que arrancaria elogios do maestro Radamés Gnatalli, que, ao lado de Pixinguinha, iria arranjar muitas de suas canções.
Diziam os compositores da época: "Ele descrevia todo o arranjo, cantando a introdução, o meio e o fim, solfejava acordes e sugeria partes instrumentais. A gente só fazia escrever."
Aos 16 anos, ingressa no renomado Colégio Pedro II, para fazer o clássico ou bacharelar-se em letras, como chamavam, mas a morte do pai e o casamento dos irmãos o obrigam a assumir o papel de pai da família e a desistir dos estudos para empregar-se, como office boy, na Light Power and Co. Companhia inglesa de luz, anos adiante estatizada e nacionalizada por Getúlio Vargas.
Depois da Light, vai bater ponto e caixinha de fósforo na Companhia internacional de Seguros, de onde é demitido, depois de ser flagrado batucando as mesas da repartição. "Não tenho voz. Tenho vez", teria dito quando lhe criticaram o gogó.
Desempregado, parte para São Paulo, empresariado pelo compositor De Chocolat, na peça "Na penumbra", uma coautoria de ambos. Mas o empresário foge assim que o espetáculo se prova falido e deixa Lamartine sem vintém, na Pauliceia.
Começou então a se ingressar nas rádios paulistas.
Iniciara na carreira aos anos 20, na Rádio Educadora. Seguiu no ar garantindo sua popularidade nos anos 40.
Na madrugada do dia 14 de junho de 1963, o coração de Lamartine Babo, que pulsara 61 anos no ritmo da música brasileira, cessava de bater.